sábado

Vermelhos e suculentos

Festa típica. Cheguei e sorri:

-- Olá, tudo bem?

Após vinte minutos:

-- Boa noite, tudo bem?

Cumprimentei pouco mais da metade das pessoas.

Várias mesas e algumas cadeiras, cuja maioria era de plástico. Tratei de providenciar uma, porque sempre são poucas. E elas diminuem com o passar do tempo, pelo menos até certa altura.

As cadeiras são em número suficiente para que haja um ar movimentação, pessoas em pé. Pessoas em pé fazem parte do marketing da festa e muitas delas dão aquele sorriso gentil com o canto da boca e falam que não querem se sentar. Imagine se quero me sentar...

Eu quero. Sentei-me.

-- E o senhor, gostaria de beber o quê?

-- Deixe-me pensar -- pequena pausa. Uma Coca-cola, por favor.

Sim. Não era dia de outra bebida. Falei um pouco com as pessoas ao meu lado. Peguei os petiscos. Umas duas vezes.

Outras pessoas conhecidas chegaram. Conversamos.

Jantar. Os primeiros esfomeados aglomeraram-se e depois de algumas brigas pela colher do arroz, voltaram aos seus lugares. Peguei depois deles o pedaço que me cabia.

Sobremesa. E as mulheres, querendo encher o vazio nelas com o doce -- e só com o doce --, correram e disputaram a mousse de chocolate como se fosse a última e queriam o pedaço de merengue com mais morangos. Ficavam pescando os morangos até sujar as mãos.

Eu não. Queria o com menos morangos. Sem morangos, se possível, mas não foi possível.

Voltei para a mesa. O assunto: morangos. É época. Daí as moças me perguntaram: morangos ou cerejas?

Cerejas, é claro! Os morangos são seus. Imensamente seus, quando acompanhados de um sorriso.